"Ao caminharmos pelas ruas da cidade em que nascemos nos sentimos estranhos, clandestinos. O desafio que se apresenta é a desconstrução da idéia de que somos intrusos no lugar onde vivemos. No entanto, para concretizarmos esta idéia se faz necessário a participação e a compreensão da sociedade."

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Falando sobre Preconceitos



A homossexualidade sempre existiu,  mas mais recentemente existem ideologias que dizem  que preconceito está na “nossa cabeça”  isto é uma afirmação perigosíssima  e acreditar nisto é   se machucar. O fato é que existe sim muito preconceito, mas ele é cuidadosamente camuflado.   Vamos começar observando  formas desta camuflagem que protegem o preconceito.  
Primeiramente quero  questionar o  rótulo de postura homossexual  adequada é a primeira coisa que acusam um homossexual dentro de uma empresa,  de não ter.   Nenhuma empresa,  seja ela um hospital,  uma fábrica, uma firma dirá que não aceita  homossexuais,  mesmo porque isto é crime,   nunca vão dizer que um funcionário foi repreendido por ser gay,  mas sim por ter uma postura homossexual inadequada,  mas o que é isto?  Imaginemos um médico heterossexual,  quando ele faz brincadeiras  ele é aceito num hospital,   mas se um médico gay fizer uma brincadeira utilizando da cultura gay  pode e é visto com outros olhos,  dirão que não tem uma postura sério que o cargo do médico exige.   Os homossexuais são aceitos dentro de hospitais e pode e existem médicos gays,  mas com grandes restrições que impedem de exercer a sua cultura.         
Um outro ponto que quero abordar é referente a outras formas um pouco menos nocivas de preconceito,  como por exemplo acreditar que homossexuais masculinos tem profissões como  maquiador, cabeleireiro, bailarino até porque não é necessário ser gay para ter estas profissões.    Um boxeador não pode ser gay?  Não pode existir um cabeleireiro heterossexual.   No caso do homossexualismo feminino o exemplo é o mesmo,  acreditar que as mulheres homossexuais tem que ter profissões aparentemente masculinas como  motorista de caminhão, ônibus,   trabalhar na construção civil,  uma mulher heterossexual não pode fazer estas coisas, então?   
Um outro ponto ainda menos nocivo,  mas também  preconceituoso é atribuir qualidades aos homossexuais e achar que todos tem:  são  alegres,    corajosos parece elogio,  mas no fundo é preconceito,  o homossexual então tem o dever de ser isto?  Não podem   ter medo ou serem tristes?    
A minha proposta foi derrubar estes argumentos falsos que não existem preconceitos que isto ” é a gente que faz” e que “está na nossa cabeça”,  infelizmente isto existe sim e está “na  cabeça das pessoas”  sob formas muito bem disfarçadas que são passadas como formas de bom comportamento ou qualidades que os homossexuais tem que ter.  

Marcelo Macedo Garcia.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A criminalização da homofobia e a manobra política de Marta Suplicy

Um passo à frente, dois passos atrás

Hoje (8 de dezembro) está ocorrendo a votação no Senado da lei que criminaliza a homofobia. Contudo, o projeto que está sendo apresentado é um substitutivo do PLC-122/2006, o projeto que o movimento vem defendendo. Este substitutivo foi apresentado pela Senadora do PT Marta Suplicy, e é o resultado de uma negociação com os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Igreja Universal, e Demóstenes Torres (DEM-GO), líder do DEM no senado, com apoio e respaldo da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais).

Qual a diferença entre o PLC 122 original e o Substitutivo de Marta Suplicy?

O substitutivo é fruto de uma negociação com alguns dos maiores inimigos do movimento LGBT. Nesse sentido, as negociações feitas mutilaram o projeto original, descaracterizando seu objetivo e tonado-o praticamente inócuo. Em outras palavras, com o projeto que Marta  está apresentado, seguirá sendo permitido que LGBTs sejam impedidos de demonstrar seu afeto em locais públicos e estabelecimentos abertos ao público. Além disso, as igrejas continuarão pregando o ódio contra nós, as ofensas e humilhações que sofremos em todos os lugares não serão criminalizadas, as emissoras de TV continuarão livres para nos ridicularizar, nos humilhar e incitar a homofobia em programas como “Zorra Total”, “Casseta & Planeta”, “A Praça é Nossa”, “Pânico na TV”, dentre tantos outros. Mais do que isso, o texto levado hoje ao Senado, se comparado com a lei anti-racismo (Lei Caó), torna a homofobia um crime inferior ao racismo, exatamente pelas alterações feitas pela senadora.

Qual o objetivo deste Substitutivo?

Com este texto, o governo pode acenar para o movimento dizendo que está, finalmente, adotando medidas concretas em favor da comunidade  LGBT. Mais ainda, isso vem na véspera da Conferência Nacional LGBT, convocada e controlada pelo governo federal.

Ao mesmo tempo, pode manter seus compromissos com os setores evangélicos de sua base aliado e com os setores mais reacionários da burguesia nacional. Deste modo, o movimento ficará desarmado, uma vez que suas reivindicações foram “atendidas”. Ou seja, com um aparente avanço (um passo para a frente), chega-se à uma imensa derrota (dois passos para trás), pois o movimento se enfraquece, e tanto o governo quanto os fundamentalistas saem fortalecidos. Enquanto isso, nada muda no cotidiano de gays, lésbicas e travestis, pois a mídia seguirá disseminando preconceito, algumas igrejas seguirão pregando o ódio e a consciência média da sociedade permanecerá influenciada pela ideologia homofóbica, que o que    permite que grupos neofascistas sintam-se encorajados para fazerem o que fazem.

O que fazer?

Para nós do setorial LGBT da CSP-Conlutas é preciso denunciar com força esta manobra de Marta Suplicy.  Embora não se acabe com a discriminação no “canetaço”, o PLC-122 original estabelecia condições mais favoráveis para avançarmos em nossas lutas.
Infelizmente, alguns grupos do movimento como a ABGLT e o Coletivo LGBT da CUT estão apoiando o substitutivo, com a lamentável desculpa de que isso é o “possível neste momento”. Tal retórica derrotista não faz mais que enfraquecer a luta, demonstrando o comprometimento destes grupos com o governo federal.
Por outro lado, existem amplos setores do movimento que estão criticando com força o substitutivo. Em uma plenária dos diversos grupos que atuam no estado de São Paulo(28/07/2011), da qual a CSP-Conlutas participou, foi aprovada a CARTA ABERTA DA PLENÁRIA DO MOVIMENTO LGBT DE SÃO PAULO EM DEFESA DO PLC Nº 122 DE 2006, defendendo o texto original e criticando o substitutivo de Marta.
Queremos dizer que estamos do lado daqueles que são contrários ao substitutivo e que defendem o texto original. Precisamos aprofundar este debate no interior do movimento e organizar a luta direta, independente dos governos e dos patrões.

Seotorial LGBT da CSP-Conlutas.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Marta confirma votação de projeto contra homofobia na próxima semana.



A senadora Marta Suplicy (PT-SP) confirmou que o projeto de lei que criminaliza a homofobia (PLC 122/2006) deverá ser votado na próxima semana, na quinta-feira (8), a partir das 9h, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
Ela afirmou, no Plenário, que apresentará substitutivo ao projeto original, que foi alvo de polêmica por criminalizar as manifestações contrárias à homossexualidade. Pouco depois do anúncio de Marta Suplicy, o senador Magno Malta (PR-ES) convocou os senadores da Frente Parlamentar em Defesa da Família, contrária ao projeto, para "sepultá-lo de vez" na CDH.
Marta Suplicy lembrou o aniversário de nascimento nesta quarta-feira (30) do jovem Alexandre Ivo, assassinado aos 14 anos. Ele foi morto em 2009, após ser torturado por pelo menos dois jovens, que aguardam o julgamento em liberdade.
- Alexandre teve a vida ceifada pela homofobia, preconceito e ódio. Foi barbaramente torturado e morto - afirmou a senadora.
Ela homenageou Angélica Ivo, mãe do rapaz, que, segundo ela, transformou a dor da perda do filho lutando contra a homofobia e clamando por justiça.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

15 anos de PARADA?...E as décadas de 70 e 80...?

COMEMORAR?




O Grupo Somos Coloridos, é um grupo da diversidade sexual e em defesa dos direitos da comunidade LGBT, com esta finalidade discutimos e promovemos ações  questionando a realidade econômica política e social que esta colocada. Acreditamos que a opressão sofrida pela comunidade LGBT não se traduz unicamente a esta, mas a todas as outras “minorias” sociais.
Desta maneira, gostaríamos de questionar porque no último dia 25/05/2011 o  ‘kit ESCOLA SEM HOMOFOBIA’, teve a sua distribuição suspensa.
É óbvio que interesses relacionados ao Escândalo com o Ministro da Casa Civil estavam em xeque e por tanto, a bancada de extremistas religiosos do Senado Federal não perdeu tempo. Nossa ilustríssima Presidenta da República logo se fez atuante no exercício de sua função vetando a entrega do metrial que tive o aval da UNESCO.
Bom! Meus caros colegas, todos nós sabemos que desde meados da década de 70 no Brasil o Movimento LGBT sofreu várias transformações e neste caminho conquistas foram alcançadas. No entanto, algumas perdas foram maiores vamos analisar UM exemplo:
“...no rol de crimes homofóbicos, consideramos que talvez o assassinato mais cruel e com maiores requintes de crueldade foi cometido em Alagoas, no município de Maribondo, a 80 kms de Maceió o estado que lastimavelmente amarga a triste tradição de bárbaros crimes homofóbicos – como do vereador Renildo José dos Santos, barbaríssimamente torturado, decapitado, empalado, queimado e afogado no município de Coqueiro Seco, nos arredores de Maceió, em 1993. Este crudelíssimo assassinato ocorreu na noite de 4/4/2002...”
Fonte: MOTT, Luiz e CERQUEIRA, Marcelo. Matei Por que Odeio Gay, Editora GGB, 2002.
                                                                                             
A partir deste relato  mencionado, façamos uma reflexão:
As discussões sobre a alteração do artigo 5 º do PLC 122/2006 para contemplar os extremistas religiosos, a matéria da Rede Record de Televisão sobre o ‘kit ESCOLA SEM HOMOFOBIA’ e o veto deste material pela nossa Presidenta são os responsáveis pelas morte deste humano. Simplesmente pelo fato, destas pessoas e organizações questionarem a nossa condição e a nossa identidade social.
Através destas dúvidas algumas pessoas se aproximam de outras. Estas outras, não sabem quem realmente nós Somos e o que fazemos. Neste instante o ódio contra a comunidade LGBT começa a ser construído, ele se molda até que chegar em seu estágio final, ou seja, o exemplo mencionado anteriormente.
Agora meus caros colegas, sabemos que quase 1% da população brasileira compõe a comunidade LGBT, ou seja, Somos quase 19 milhões, destes, 3 milhões participam da maior Parada LGBT do mundo.
É o evento turístico depois do Carnaval com maior visibilidade assim como, a discussão sobre a causa no Brasil (Não é Verdade?).  São arrecadados milhões para o município, e os nossos colegas que participam e constroem o evento muito provavelmente sabem deste indivíduo  mencionado em nosso texto.
Para finalizar gostaríamos de dizer que se acontecem todas estas anomalias sociais contra a comunidade LGBT, elas só acontecem por que permitimos.     

Grupo Somos Coloridos.