"Ao caminharmos pelas ruas da cidade em que nascemos nos sentimos estranhos, clandestinos. O desafio que se apresenta é a desconstrução da idéia de que somos intrusos no lugar onde vivemos. No entanto, para concretizarmos esta idéia se faz necessário a participação e a compreensão da sociedade."

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

CONDUTAS DESEJÁVEIS



Caros amigos,

Deparamos-nos nestes últimos dias com uma série de ataques a comunidade LGBT. Jovens foram agredidos e espacandos em um via pública por nada. Há um detalhe a ser mencionado sobre estes atos de violência que aconteceram na Avenida Paulista, estes foram DOIS casos que a imprensa divulgou através de diversas mídias.
Não podemos esquecer que nós somos 10% da população da brasileira, ou seja, 18 milhões segundo o CENSO 2010.
Provavelmente milhares de outros jovens foram agredidos ou sofreram algum tipo de violência por viverem sua condição plenamente.
De repente, ficamos sabendo que uma Instituição Secular de Educação criada e regida por uma doutrina cristã presbiteriana tem o seguinte posicionamento:
O reitor Augustus Nicodemus Lopes, lança uma nota em nome da Universidade Mackenzie tentando argumentar contra a PL 122/2006. Seus argumentos advêm de um livro que todos nós conhecemos a “Bíblia”.
Nosso opressor apresenta sua fala inicial:
(Salmo 1-diz: “... Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.”)
Pois bem caros amigos, pergunto a vocês o que é a MORAL? Para não sermos incoerentes vamos à etimologia da palavra.
“Conjunto de regras de condutas desejáveis num grupo social” - DICIONÁRIO HOUAISS.
Agora nos é apresentado um termo interessante “condutas desejáveis”. Vamos citar exemplos de condutas desejáveis que nos contemplem a sociedade:
Padres, Pastores que violentam crianças em nome de uma crença;
Famílias desestruturadas por pais que agridem, violentam e matam os seus filhos;
Homens que espancam e estupram suas própias mulheres e filhas;
Filhos que matam seus pais por heranças;
Esta dada a reflexão,
Quando vamos nos organizar de forma política, séria e critica. Para discutirmos ações práticas de conscientização.
E os nossos amigos, irmãos e companheiros da comunidade LGBT que moram em regiões precárias sem qualquer tipo de acesso a informação ou liberdade, de que maneira eles ficaram.
Enquanto nossas cabeças não forem arrebentadas com um taco de Beisibol, continuaremos aceitando a Moral e as Condutas Desejáveis que contemplem a sociedade.

Rodrigo Chaves
Grupo Somos Coloridos

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mackenzie divulga nota contra Lei da Homofobia...

Mackenzie divulga nota contra Lei da Homofobia; OAB fala em "postura da Idade Média"

A Universidade Presbiteriana Mackenzie divulgou em seu site, na última semana, uma nota em que se dizia contra a Lei da Homofobia. De acordo com o comunicado, assinado pelo chanceler [reitor] Augustus Nicodemus Lopes, “ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo (sic) não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos.” A lei torna crime manifestações contrárias aos homossexuais.
Segundo o Mackenzie, “as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil [controladora da instituição] firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação”.
O texto foi retirado do ar durante o feriado da Proclamação da República. A assessoria de imprensa do Mackenzie não disse o motivo pelo qual ele não está mais disponível no site.

Nesta terça (16/11), a assessoria de imprensa da instituição enviou ao UOL Educação outra nota em que afirma que “o pronunciamento sobre o PL 122 [Lei da Homofobia] é da Igreja Presbiteriana do Brasil, Associada Vitalícia do Mackenzie, feito em 2007, e se encontra em seu site.” No entanto, no comunicado emitido no site do Mackenzie na última semana, o chanceler afirma que “o manifesto presbiteriano sobre a homofobia (...) serve de orientação à comunidade acadêmica.”

Nota oficial do Mackenzie

O pronunciamento sobre o PL 122 é da Igreja Presbiteriana do Brasil, Associada Vitalícia do Mackenzie, feito em 2007, e se encontra em seu site.
O Mackenzie se posiciona contra qualquer tipo de violência e descriminação (sic) feitas ao ser humano, como também se posiciona contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição."

Indignação

A nota indignou grupos de defesa de direitos dos homossexuais e especialistas na área. Para o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Jayme Asfora, a postura do Mackenzie “lembra tempos da Idade Média”. “[A universidade está] Formando seus alunos na base do preconceito, da discrminação, indo de encontro à Constituição Federal. Ela prega, como um dos seus maiores princípios, a isonomia, a igualdade. Todos são iguais perante a lei”, afirma.
Para o presidente do GGB (Grupo Gay da Bahia), Marcelo Cerqueira, essa é uma postura “esperada” do Mackenzie. “É uma questão de consciência. O que move essa questão do Mackenzie é uma posição reacionária”, afirma. No comunicado, a universidade utiliza o termo “homossexualismo”, que deixou de ser usado por se referir à homossexualidade como doença.
O Mackenzie, na nota enviada ao UOL, diz também que “se posiciona contra qualquer tipo de violência e descriminação (sic) feitas ao ser humano, como também se posiciona contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição”.

ADOÇÃO DE CRIANÇA POR CASAL GAY.

Justiça de Roraima permite adoção de criança por casal gay 

Em Roraima, o instrutor de cursos Múcio Rosendo da Silva e seu companheiro Alexandre Lúcio de Faria ganharam o direito à adoção de uma menina que foi entregue pela mãe ao casal com nove meses de idade. Hoje, a criança tem dois anos. A guarda foi concedida pelo Tribunal de Justiça de Roraima através do Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Boa Vista. O pedido de adoção foi feito por meio da Defensoria Pública há cerca de um ano.
A mãe biológica prestou declarações no Juizado permitindo a adoção de sua filha pelo casal. "Ficou demonstrado que os dois [Múcio e Alexandre] formam uma entidade familiar estável e também está claro que o ambiente familiar proporcionado por eles é saudável", afirmou o promotor de justiça Márcio Rosa da Silva.

A CADA DOIS DIAS, UM HOMOSSEXUAL É ASSASSINADO NO BRASIL...

A cada dois dias, um homossexual é assassinado no Brasil, diz associação; RJ registra 600 denúncias de agressão em um ano.

Os incidentes envolvendo um estudante do Rio de Janeiro, baleado após a 15ª Parada do Orgulho Gay, e dois rapazes que apanharam de adolescentes na avenida Paulista, em São Paulo –ambos no último fim de semana–, reacenderam o debate sobre os direitos civis dos homossexuais.
Segundo os últimos dados do Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais (LGBT), publicado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) e divulgado em março deste ano, foram registradas 387 mortes em todo o território brasileiro em 2009 e 2008 –média aproximada de um crime a cada dois dias –, um crescimento de aproximadamente 54% em relação ao biênio 2006-2007.
O Rio de Janeiro, em 2009, registrou oito óbitos. Bahia e Paraná ocuparam o topo da lista com 25 assassinatos cada Estado.

Violência no Rio
Desde o ano passado, as delegacias do Rio de Janeiro contêm a opção “homofobia” nos boletins de ocorrência como motivação de crimes. Com isso, o Rio se tornou o primeiro Estado a sistematizar dados oficiais de violência contra os homossexuais. Além disso, foi criado um Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, presidido pelo superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos do governo estadual, Cláudio Nascimento.
Segundo Nascimento, o Disque Cidadania Homossexual [0800 023 4567] registrou de julho deste ano até agora mais de 1.500 denúncias de discriminação –estima-se um índice de 2.000 denúncias só em 2009. Já em relação aos casos de agressão, foram computadas 600 denúncias nos últimos 12 meses feitas à polícia e a instituições de defesa dos Direitos Humanos. O levantamento é do programa Rio Sem Homofobia, do governo estadual.

Preconceito nas favelas
Outro levantamento, feito pela ONG Conexão G, sediada no complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense, mostra que diariamente pelo menos um homossexual é vítima de agressão nas comunidades carentes da cidade. Gays, lésbicas e travestis são espancados, ameaçados de estupro e até expulsos das favelas onde moram.
Para o presidente do Grupo Arco-Íris, Julio Moreira, os homossexuais que são agredidos nas favelas não denunciam os crimes em razão do temor por represálias de traficantes ou milicianos.
“O preconceito contra os homossexuais está, neste caso, associado a outros preconceitos existentes no contexto da favela. Existe uma lógica social diferenciada em relação ao ‘asfalto’. Muitas vezes, o homossexual tem que se adaptar para poder sobreviver. A gente sabe de relatos, mas ainda não há dados concretos. Muitos que vivem em comunidades não denunciam por temerem represálias”, diz.

Lei contra homofobia
Uma lei específica de criminalização da homofobia é a principal reivindicação dos grupos que atuam na defesa dos direitos dos homossexuais.

“A homofobia é uma questão real; é uma chaga social que precisa ser sanada. Necessitamos o quanto antes que o projeto de lei (122/06) que criminaliza a homofobia no país seja aprovado pelo Senado Federal. Precisamos de políticas públicas que fomentem a cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e combatam à homofobia, principalmente no âmbito da educação, a fim de que novas gerações mais plurais e respeitosas nasçam com novas perspectivas em relação à diferença”, manifestou-se o Grupo Arco-Íris em nota oficial.
Para Julio Moreira, as iniciativas públicas e a instância legislativa precisam “progredir de forma integrada”. “As iniciativas públicas e a legislação são dependentes. Uma lei não funciona se não for amparada por políticas públicas. Assim como existe uma lei dando amparo ao racismo, causando discussão na sociedade sobre esse tipo de preconceito, nós também precisamos de uma legislação que nos ampare."
O Conselho Estadual LGBT entende que a aprovação da lei é fundamental para a garantia dos direitos civis, assim como o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Nesta quarta-feira (17), vários grupos de defesa dos homossexuais participarão de um Fórum LGBT para definir uma agenda de manifestações. A primeira deve ser uma passeata em Ipanema, na zona sul do Rio.
“Muitos setores conservadores não querem esse debate, pensam que afronta tradições religiosas. Nós não estamos falando de religião e sim de direitos humanos, do direito à vida. Precisamos ampliar o debate, que abrange tanto a questão do respeito ao próximo quanto os conceitos básicos da constituição. A homofobia atinge a todos os cidadãos, não somente os homossexuais” ressalta Moreira.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

CONTRADIÇÕES DA REALIDADE




“Expo Business LGBT / Mercosul é uma feira de negócios diferente, totalmente focada em produtos e serviços orientados a um público específico, de alta escolaridade e grande poder aquisitivo. Um dos segmentos mais leais e lucrativos, alvo de estratégias comerciais de grandes marcas no mercado brasileiro, internacionalmente conhecido como LGBT.”

Pai de um dos suspeitos de agressão na Paulista diz que briga foi "como outra qualquer"
O estudante Gabriel Alves Ferreira, de 21 anos, presenciou o espancamento do colega de 23 anos na altura do número 900 da Avenida Paulista. Ambos estudam jornalismo. Segundo ele, o ataque não teve motivo.
- Eles passaram por nós, depois se viraram, chamaram o L. e atacaram com uma lâmpada fluorescente no rosto.
O rapaz caiu e continuou sendo atacado com socos e pontapés.
- Eu e mais um colega ficamos em choque, não pudemos fazer nada. Tudo durou menos de dois minutos.
O diretor de teatro Marcelo Costa, pai de um dos menores de 16 anos suspeitos da agressão, defende que o filho e os amigos participaram de "uma briga como outra qualquer" e nega ter havido atitude homofóbica.
- Ele participou de um confusão. Acho que ele errou, sim, em se meter em briga. Mas não foi como estão falando.
O pai do único maior preso, Eliezer Domingues Lima, admitiu que o filho tem pavio curto.
- É um menino muito bonito e foi assediado por homossexuais. Ele pediu para parar, eles não pararam. Aí, virou briga .



Amigos,

Acredito que temos que parar e refletir sobre a realidade dos fatos. A comunidade LGBT sofre constantemente ataques físicos e morais por diversas esferas da sociedade, podemos percerber estes ataques citando o exemplo de violência contra quatro jovens na Avenida Paulista neste último final de semana.
No entanto, alguns membros da comunidade LGBT esta organizando um evento de grande estrutura para que seja ampliado e divulgado o mercado de negócios para a comunidade.

Reflexões a fazer a todos da comunidade LGBT:

Nossos amigos estão sendo mortos, violentados, espancados e nenhuma ação efetiva é concretizada;

As correntes religiosas fundamentalistas e paranóicas pregam o extermínio dos homossexuais;

E a comunidade LGBT que deveria estar discutindo de maneira política e organizada sobre como podemos atuar para conquistarmos alguns direitos além do respeito a dinignidade da pessoa humana.  Simplesmente torna-se cúmplice do sistema, organizando eventos mercadológicos e hipócritas, imaginando que todos os indivíduos compartilham o conceito de cidadania.

Rodrigo Chaves
Grupo Somos Coloridos

sábado, 13 de novembro de 2010

Resultado da Atividade Aberta - 12/11/2010 no Centro Univ. Fundação Santo André



Resultado da Atividade Aberta.

No dia de hoje organizamos uma atividade aberta sobre as “Perspectivas para o Movimento LGBT no Século XXI”.  A atividade foi muito boa estavam presentes cerca de 50 a 60 pessoas inicialmente.
Um dos membros do grupo Rodrigo Chaves, apresentou a idéia do grupo aos presentes e fez um relato de vida. Após apresentação fizemos a exibição de 5 vídeos curtos, os dois primeiros abordavam a visão da Igreja sobre a homossexualidade, depois exibimos outros dois referente ao suicídio de jovens na comunidade LGBT e por fim um vídeo sobre a transsexualidade.
Na segunda etapa da atividade houve uma explanação histórica e social por outro membro do grupo Tarcísio Ramos. E para finalizarmos foram abertas as intervenções para os convidados se posicionarem e em seguida as saudações finais.
Acreditamos que a atividade por foi muito boa, conseguimos dialogar com as pessoas e já temos perspectivas ao movimento LGBT no próximo ano. A primeira é organizar um vídeo debate para a calorada. E a partir daí promover periodicamente discussões e ações ligadas a comunidade LGBT.

Ass: Grupo Somos Coloridos

GRUPO SOMOS COLORIDOS no Jornal ABCD Maior

Caros Amigos,

Segue o link da matéria do Jornal ABCD Maior sobre a retirada dos cartazes da nossa atividade.

http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=25287


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

NOTA DE REPÚDIO


Nota de Repúdio.


Nós do Grupo Somos Coloridos fixamos no dia 10/11/2010 pelo centro universitário cartazes chamando uma atividade aberta para discutir os rumos do movimento LGBT no século XXI, no Centro Universitário Fundação Santo André, ao chegarmos no dia 11/11/2010 nos deparamos com pelo menos 90% dos cartazes arrancados das paredes e salas do campus.
Repudiamos todo o tipo de boicote a atividades que vai contra a hetero normatividade ou aos princípios cristãos.
Repudiamos a tentativa de nos calar num ambiente laico onde as pessoas têm o direito de ir e vir. Repudiamos toda e qualquer truculência que seja usada para oprimir mais a setores que se opõe ao sistema colocado.
Desde já informamos a(s) pessoa(s) que tentaram nos calar, não conseguiram só nos motivaram ainda mais a fazer a discussão de uma forma franca e fraterna e as convidamos para participar no dia 12/11/2010, às 20h na sala 34 da FAFIL, da atividade aberta, dessa forma você(s) poderão romper com esses paradigmas contra os homossexuais.     

Ass. Grupo Somos Coloridos

domingo, 7 de novembro de 2010

ATIVIDADE ABERTA - “Perspectivas para o movimento LGBT no Século XXI”

Somos Coloridos e Espaço Socialista.

Convida.

Atividade Aberta.

“Perspectivas para o movimento LGBT no Século XXI”
“Com exibição de vídeos e debatedores”

Sexta-feira 12/11 às 20:00 hrs
F.S.A. Sala 34 - FAFIL



 
http://gruposomoscoloridos.blogspot.com/ www.espacosocialista.org.br


sábado, 6 de novembro de 2010

Romeu e Eu

ROMEU E EU

 Autor: Glauco Mattoso

Eu quero brincar com você.
Papai não deixa.
O Diretor proíbe.
A Esquerda se opõe.
Você me chama
e eu morro de vontade.
Papai me ameaça.
O Diretor me intima.
A Esquerda me aterroriza.
Saio escondido,
procuro por você,
mas eles me acham.
Papai me bate.
O Diretor me põe de castigo.
A Esquerda atenta contra mim.
Fico esperando,
você me procura,
nos encontramos no escuro,
nos pegam em flagrante.
Papai me expulsa.
O Diretor me interna.
A Esquerda me seqüestra.
Escapo e sobrevivo,
mas você não está livre.
É filho de seu Papai.
Disciplinado ao seu Diretor.
Prosélito da sua Esquerda.
Vivo solitário, você prisioneiro,
e não podemos brincar.
Castram nossa infância
porque você é igual a mim,
sua vontade igual à minha,
mas nos fazem diferentes.